A Capela Sistina é o mais grandioso dos trabalhos de Michelangelo, com episódios do Velho Testamento e o Juízo Final.
O nome deve-se a seu fundador o papa Sisto IV. As paredes recebem afrescos de alguns dos melhores artistas dos séculos XV e XVI, como Michelangelo, Perugino e Botticelli.
As 12 pinturas nas paredes laterais mostram episódios paralelos da vida de Moisés e Cristo.
A decoração das paredes da capela foi concluída por Michelangelo, que também acrescentou o maravilhoso afresco da parede do altar, O Juízo Final.
Desde a época de Sisto IV, a capela tem servido como lugar tanto para cerimônias religiosas como para uso de funcionários envolvidos em relevantes atividades papais. É o local onde se realiza o Conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido.
Considerada a obra-prima da maturidade de Michelangelo. Foi feita sobre uma parede inclinada para evitar que a poeira assentasse.
A pintura representa as almas dos mortos subindo para encarar a ira divina. Na verdade a obra transmite a atitude atormentada do artista em relação a sua fé. As figuras são apanhadas em um redemoinho. Os mortos são arrancados dos túmulos e arrastados para enfrentar Cristo, o Juiz. Os condenados são lançados ao encontro dos demônios, no inferno. Caronte, empurrando as pessoas de seu barco para as profundezas do reino de Hades e do juiz infernal Minos, são figuras do inferno de Dante. (Minos recebeu orelhas de burro e é um retrato do cortesão Biagio da Cesena, que se opusera às figuras nuas no afresco).
O auto-retrato do artista pode ser reconhecido na pele que São Sebastião segura.
A obra ilustra a crença do artista de que o sofrimento é essencial para manter-se a fé em Deus.
Os afrescos começam no altar da capela e representam cenas das vidas de Moisés (à esquerda) e Cristo (à direita). Cada afresco consiste em uma série de cenas unidas ao tema central. Símbolos ocultos ligam cada pintura a seu correspondente na parede oposta.
Em Punição dos Rebeldes, de Botticelli aparece o arco de Constantino ao fundo e o próprio artista é a penúltima figura à direita.
Em Entrega das Chaves a São Pedro, de Perugino, Cristo confere a Moisés autoridade espiritual ao dar as chaves dos Reinos do Céu e da Terra. O edifício com o domo dourado representa o Templo de Jerusalém e a igreja fundada por Pedro, o primeiro papa.
Em Tentações de Cristo, de Botticelli, o diabo está disfarçado de monge franciscano. No canto esquerdo estão os retratos de Botticelli e Fillipino Lippi.
No painel Travessia do Mar Vermelho a água é vermelha. Comemora a vitória do papa em Campomorto, em 1482.
Michelangelo pintou os afrescos do teto da capela para o papa Júlio II entre 1508 a 1512. Os temas são tirados do Antigo Testamento (exceto pelas sibilas, que aparecem porque dizia-se que haviam profetizado o nascimento de Cristo).
Obs.: Sibilas eram mulheres que possuíam poderes proféticos sob inspiração de Apolo (mitologia greco-romana).
A parte central do teto retrata cronologicamente a história do livro Gênesis.
Anos depois da inauguração da Capela, em 1508, Michelangelo foi chamado a Roma pelo então papa Júlio II para esculpir o mausoléu desse Papa, mas acabou sendo convidado a pintar o teto da Capela Sistina.
Segundo se conta, Michelangelo teria aceitado o trabalho contrariado, convencido de que era mais escultor que pintor. Ele julgou que, pintar o teto, foi um conluio de seus rivais para desviá-lo da obra para a qual havia sido chamado a Roma: o mausoléu do Papa. No entanto, Michelangelo dedicou-se à tarefa e o fez com tanta maestria que ofuscou o brilho das obras-primas que seus antecessores já haviam pintado na Capela. Realmente, os afrescos no teto da Capela Sistina são um dos maiores tesouros artísticos da humanidade.
Michelangelo demorou quatro anos para terminar esse trabalho e o fez com grande dificuldade, pois teve que trabalhar deitado em cima de um andaime de 16 metros de altura e pintar sobre sua cabeça. Isso fazia que a tinta pingasse em seu rosto o dia todo. Ao final do dia, ele tinha cãibras a tal ponto que mal conseguia ler as cartas que seus familiares lhe enviavam.
Quando ele estava pintando um canto escuro do teto com extraordinário afinco e esmero, alguém lhe perguntou: “Por que você se esforça tanto a pintar um canto escuro do teto, que possivelmente ninguém olhará?”, Michelangelo simplesmente respondeu: “Deus verá”.
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