CURIOSIDADES HISTÓRICAS
Os Habsburgos foram uma família real de origem alemã que governou a Áustria do final do século XIII até 1918. Seu domínio se estendeu também, durante alguns períodos, a muitos outros países da Europa, entre eles a Boêmia (hoje parte da República Tcheca), a Hungria e a Espanha.
O poder dos Habsburgos teve seu auge no século XVI, com Carlos V. Carlos era imperador do Sacro Império Romano-Germânico e rei da Espanha.
O Império Austro-Húngaro saiu derrotado da Primeira Guerra Mundial. Quando o conflito terminou, em 1918, o império veio abaixo. O domínio dos Habsburgos chegara ao fim.
A Imperatriz Leopoldina, esposa do Imperador Dom Pedro I, era da família Habsburgo.
Incesto Real
Os casamentos entre parentes de dinastias europeias eram arranjados para favorecer alianças políticas. Mas geraram descendentes com problemas físicos e mentais. Nos Habsburgos, a sequela mais visível era o queixo protuberante, conhecida como prognatismo. A mandíbula se projeta em relação ao maxilar e o lábio inferior se torna mais saliente. Considerada a hipótese de que os pintores de corte amenizavam os traços para não irritar seus retratados, é possível imaginar queixadas mais avantajadas ainda.
A “mandíbula de Habsburgo”(também chamada de mandíbula da Áustria) cruzou o oceano e chegou ao Brasil. Produto de casamentos entre parentes e com diferentes sobrenomes dinásticos: Bragança, Orleans, Habsburgo, Bourbon, o nosso dom Pedro II também foi prognata. Seu avô, dom João VI, era filho de um tio com uma sobrinha. Seu pai, dom Pedro I, e sua mãe, a imperatriz Leopoldina (filha do imperador do Sacro Império Romano-Germânico e, portanto, Habsburgo de alta linhagem), eram primos em segundo grau. João, Pedro e Leopoldina tinham o queixo deslocado para a frente.
Segundo os investigadores espanhóis, o grande número de casamentos consanguíneos celebrados nesta família provocou desvios genéticos no rei Carlos II. Era uma pessoa fraca, fisicamente e mentalmente, tinha o rosto deformado e era impotente.
Segundo os textos da época, Carlos II não começou a falar antes dos quatro anos, não começou a andar antes dos oito e, durante os seus últimos anos de vida, sofreu de alucinações e de convulsões.
Morreu com aparência de velho aos 39 anos; e os problemas de saúde eram tantos que o rei ganhou o apelido de “el Hechizado” (“o Zicado”, em tradução livre). Sem conhecimento nenhum de genética, o povo e os nobres da Espanha atribuíam a péssima condição mental e física do rei à influência de bruxas e demônios.
Devido à endogamia praticada, a mortalidade infantil na família Habsburgo era muito maior do que a registrada entre moradores de vilarejos espanhóis no mesmo período histórico.
Sissi, a Imperatriz
“Sissi” era o apelido de Elisabeth Amalie Eugenie von Wittelsbach, conhecida como Elisabeth da Áustria. Após se casar com o imperador Francisco José I, passou a ser a imperatriz consorte da Áustria e também rainha consorte da Hungria.
Teve quatro filhos: Sofia, Gisela, Maria Valéria e o príncipe herdeiro, Rodolfo, que se suicidou em 1889 causando a Sissi um desgosto de que a imperatriz nunca recuperou.
Em 1867 foi coroada rainha da Hungria na sequência da assinatura do compromisso austro-húngaro. A sua dificuldade de adaptação às regras da corte de Viena e a preferência da imperatriz pela Hungria afrontaram a Áustria e a isolaram cada vez mais da vida familiar e dos compromissos oficiais, que procurou abandonar desde o seu casamento, por detestar o protocolo e as obrigações impostas pelo título do marido.
Alguns problemas de saúde, agravados pela incapacidade de educar os filhos numa atmosfera de informalidade, que Sissi adorava, contribuíram para o afastamento em relação aos seus súditos.
Em setembro de 1898, em Genebra, foi assassinada aos 60 anos por um anarquista italiano, Luigi Lucheni.
Sissi foi imortalizada no cinema através da trilogia de grande sucesso do cineasta austríaco Ernst Marischka – Sissi (1955), Sissi, a Imperatriz (1956) e Sissi e Seu Destino (1957). Todos protagonizados pela atriz Romy Schneider.
Rituais de beleza
Sissi era muito narcisista e obsessiva com a beleza. Vaidosa, ela tinha o costume de colecionar retratos de outras mulheres bonitas só para servir de comparação. Apesar de aparentar ter menos idade do que tinha de fato, depois de completar 32 anos não se deixou mais retratar nem ser fotografada, para perpetuar sua imagem bela e jovial para sempre. Sissi dedicava cerca de três horas do seu dia penteando os longos cabelos, que alcançavam os seus pés. Para a pele, mandava preparar máscaras faciais à base de morangos prensados, e dormia com bifes sobre o rosto.
Com o passar dos anos e o envelhecimento, ela passou a cobrir o rosto quase permanentemente com véus escuros, para que não se notassem as marcas da idade.
O suicídio do Arquiduque Rodolfo de Mayerling
Em 1889, o herdeiro do trono Rodolfo (filho de Sissi) foi achado morto com sua amante Maria Vetsera. O suicídio foi mais que um escândalo social, foi um golpe para o regime dos Habsburgo, pois ele era um homem inteligente e progressista. Seu desespero deve ter sido agravado pelo protocolo da corte, que não dava espaço as suas ideias.